Naquela noite nublada e que me parecia pouco entusiasmática, ao término da aula de dança, fui surpreendida com uma fala bastante convidativa. Quando eu colocava os sapatos para ir embora, Antony, que sempre trocava uma ou outra palavra comigo enquanto dançávamos, me convidou para tomar uma cerveja na praça próxima. Dada a inocência do convite, aceitei sem hesitar muito; afinal de contas, já tinha ido ali para tomar algo várias vezes e não me parecia nada demais.

O que eu não sabia é que aquela noite sem cor se transformaria rapidamente. Depois de muitas conversas, senti que as coisas fluíam tão bem entre a gente que parecia até que nos conhecíamos a mais tempo. Falávamos de coisas mais importantes, como carreira, projetos pessoais, até banalidades, como gostos favoritos para bebidas. Mas entre uma cerveja e outra, entre uma descontração e outra, surgia algo muito mais visceral ali. Quando ele comentou sobre o meu perfume, curioso para saber qual era, eu lhe dei abertura para que ele pudesse aproximar o nariz do meu pescoço e sentir o cheiro diretamente da fonte. A tensão entre nós crescia a partir disso. Só nos restava desaguar nos lábios e nas línguas um do outro.

Não sei exatamente quanto tempo ficamos ali nos beijando. Nem ao menos sei se aquele espetáculo de mãos, línguas e lábios teria tido uma plateia a altura. Mas quando nossas bocas se descolaram, abrindo espaços para nossos olhares se cruzarem, não foi preciso dizer praticamente nada. Em poucos minutos ele já tinha chamado um Uber para sua casa e eu seguia tentando não me precipitar para cima dele ali mesmo, dentro daquele carro desconhecido.

Ele morava quase no último andar do prédio, o que fez com que eu tivesse a ligeira sensação de que a subida do elevador estava demorando mais do que de costume. Antony não ajudava muito, já que começava a enterrar seu nariz no meu pescoço novamente e tentava suspender levemente a minha saia plissada xadrez. Que tortura. Mesmo sem o toque dele, eu já sentia a minha buceta pulsar tão intensamente que poderia ser capaz de qualquer coisa.


Quando ele abriu a porta, mal esperei ele trancá-la para começar a beijá-lo novamente. O trajeto que fizemos da porta de entrada até o quarto foi sendo marcado por uma trilha de peças de roupas nossas. Ao chegar no quarto, sem pensar muito, caímos na cama. Eu estava deitada de barriga para cima, só vestindo uma calcinha agora. E ele aproveitava a grande quantidade de pele nua exposta para beijar e tocar todos os cantos possíveis do meu corpo. Lambia meu pescoço. Chupava com suavidade meus seios, se demorando um longo tempo ali, até eu começar a sentir as pontas dos mamilos se arrepiando e enrijecendo. Ele acariciava todo o meu abdomem e as minhas costelas, até chegar nas coxas. Ali, ele foi talvez menos delicado. Dava pequenas mordidas, chupões e apertava forte, sentindo as texturas macias delas. Quase perdi o fôlego quando ele finalmente tirou minha calcinha. Eu já estava tão encharcada que só dele olhar rapidamente para mim, já percebeu a situação e abriu um largo sorriso, com a cara de quem sabia exatamente o que fazer em seguida.

Ele lambeu e chupou minha buceta como quem se deleita diante de algo saboroso, como quem tem água na boca com o que está fazendo. Eu não precisava guiar, nem ao menos dizer como eu gostava. Antony parecia até que já tinha desbravado meu corpo antes. Parecia ler a minha mente facilmente. Sabia como movimentar seus dedos dentro de mim, sabia o que fazer com a língua. Parecia saber das pressões, dos ritmos e intensidades que eu gostava. Quando eu começava a contrair meu corpo, quase gozando agora, bruscamente ele me virou de bruços, me colocando na posição de quatro, e voltou a me lamber com ainda mais vontade. Alternando dedos e boca por todos os lugares. Não aguentando mais de prazer, desabei em um orgasmo tão violento que por alguns segundos parecia que eu não sabia mais onde estava.

Ao mesmo tempo que voltava do êxtase, voltava totalmente energizada e sedenta para sentir o corpo dele agora. Para sentir aquele pau pulsando dentro de mim. E assim como dançávamos em sintonia nas aulas, na cama não era diferente. E a nossa dança do prazer estava só começando.

Meu corpo voraz anseia por tudo aquilo que é selvagem. Minha pele quente dança em busca do meu caminho, da onde eu posso me perder momentaneamente para depois me encontrar.
Eu quero o que ainda não tem nome. O uivo sagrado-profano daquela que baila em volta da fogueira. O calor dos poros, as levezas da perna e o gozo que vem de dentro.
Tinha discutido recentemente com Natasha. Do jeito que estávamos levando as coisas, com cobranças, desgastes e falta de desejo entre a gente, estava bastante difícil de continuar. Tivemos uma conversa franca e preferimos dar um tempo uma da outra. Talvez fosse melhor assim.

Depois de alguns dias sozinha em casa, chorando minhas pitangas para a minha gata de estimação, decidi “sacudir a poeira” e admitir que eu precisava ter mais do que só apenas contato com a minha gata. Eu precisava de calor humano. Talvez desabafar com alguém ou simplesmente jogar conversa fora para me distrair. Acabei mandando mensagem para uma velha colega minha, a Amanda, pois sabia que ela estava passando por um período difícil na vida dela também.

Naquela noite, Amanda veio aqui em casa pela primeira vez. Trouxe uma garrafa de vinho tinto; e logo que chegou, já morreu de amores pela minha gatinha. Enquanto o vinho dela gelava na geladeira, resolvi abrir o que eu mesma tinha comprado, que estava em temperatura mais propícia. Levamos a garrafa e as taças para a sala e ficamos bebericando no sofá, conversando sobre playlist e crises da vida adulta. O que eu mais gostava em Amanda era justamente isso, o fato de que mesmo que nós não fossemos tão próximas e não estivéssemos em contato com frequência, toda vez que nos víamos os assuntos sempre rendiam.

Quando me dei conta, já tínhamos matado aquela garrafa. Fui até a cozinha pegar a outra que estava na geladeira e percebi o quanto aquele vinho tinha aquecido meu corpo. Percebia meus ombros estavam completamente relaxados e as minhas bochechas estavam quentes e avermelhadas. Abrindo a garrafa, percebi que Amanda parecia estar no mesmo estado que eu. Ela, que estava com uma camisa de botões, desabotoou um deles e suspendeu as mangas para ver se amenizava o calor. Mesmo assim, continuamos bebendo. Não pude deixar de notar que agora, com a camisa um pouco mais aberta, quando ela se inclinava para servir o vinho na taça, a fenda entre os botões se expandia de modo que eu podia vislumbrar o contorno das auréolas dos seus seios. Aquela cena pouco a pouco criava um erotismo tão grande no ambiente que eu percebi que estava começando a ficar excitada.

Tá calor aqui né? Ela dizia, como que tentando disfarçar a sua excitação iminente também. Porque você não tira sua camisa então? Respondi, tentando provocá-la naquele contexto. Amanda riu de forma travessa e se aproximou para me beijar sem pensar duas vezes. A gente já tinha se beijado uma ou duas vezes quando nos conhecemos; mas como não tinha rolado um clima naquela época, não fomos adiante. Agora o cenário era totalmente diferente. O nosso beijo foi ficando cada vez mais ardente. Eu começava a passar as mãos por dentro da camisa dela, procurando vorazmente aqueles seios que eu tanto queria sentir. Ela apertava as minhas coxas, traçando levemente com a mão um carinho na minha buceta, por cima do short.

Não aguentando mais aquela tensão sexual entre a gente, que só aumentava, levei Amanda para o segundo andar, onde ficava o meu quarto. Mal deitamos na cama, já começamos a arrancar as roupas uma da outra. Ela começou a me mostrar um lado dela que eu nunca tinha conhecido. Ela, que parecia calma e divertida no quotidiano, na cama se mostrava ser totalmente intensa. Abriu as minhas pernas e, colocando-as por cima dos seus ombros, começou a me chupar com tanta vontade que eu sentia o prazer percorrendo todo o meu corpo, da cabeça aos pés. Ela não tinha pressa, senti que gostava de me torturar, adiando meu orgasmo ao máximo, para que eu sentisse prazer por mais tempo.

Ela voltava seu corpo para cima, para me beijar, se esfregando em mim lentamente enquanto não alcançava a minha boca. Aquilo me excitava ainda mais. Eu sentia o gosto da boca dela na minha, os seios dela contra os meus e sua buceta molhada roçando na minha. Estava quase gozando e queria ficar ali mais um tempinho. Porém, justamente nesse momento, ela sussurrou no meu ouvido para que eu sentasse no rosto dela. Ouvir aquele pedido quase me matou de tesão mais uma vez.

Ela se deitou de barriga para cima e eu, ajoelhada em cima dela, encaixei minhas pernas entre seu rosto. Ela segurava firme minha bunda com as duas mãos, enquanto fazia movimentos com a língua dentro de mim, em um vai e vem suave. Percebendo que eu gostava daquilo, ela começou a colocar seus dedos dentro de mim, enquanto continuava com o movimento de vai e vem e fazia movimentos circulares com a língua pelo meu ponto de prazer máximo.

Quanto mais forte Amanda movimentava os dedos dentro de mim, mais meu corpo estremecia. Eu sentia vontade de gritar, de emitir sons que eu nunca tinha emitido antes. Goza pra mim, ela dizia. E eu sentia que a minha buceta começava a pulsar mais rápido e obedecia ao pedido dela. O orgasmo tinha sido tão intenso quanto as próprias intensidades de Amanda. E eu não via a hora de recomeçar.
C
onto
s
Afrodite
Erótica
Aquele dia tinha sido bastante estressante. O sol estava se pondo, dando lugar a noite de lua cheia, e eu sentia que meu corpo estava tenso e dolorido, por conta do nervosismo. Como estava sozinha em casa, resolvi espairecer. Dar uma pausa nas minhas tarefas exaustivamente mentais e fazer um pouco de yoga, talvez me fizesse bem.

Estendi meu tapete no chão do meu quarto, fechei a porta, acendi um incenso de rosas e comecei a me alongar. Na medida em que eu me conectava com a minha respiração e expandia o meu corpo no tapete, eu me sentia um pouco mais leve. Eu mudava fluidamente entre as posições, criando cada vez mais espaço e abertura no meu corpo. O tempo tinha passado tão rápido que eu nem tinha me dado conta de quanto tempo eu havia ficado ali, imersa na minha prática.

Ao final, quando deitei de barriga para cima, com os braços e pernas estendidos e fechei os olhos, sentia minha energia vital pulsando dentro de mim. O cheiro do incenso invadia o meu olfato e o ambiente ao redor. E embora eu estivesse de olhos fechados, estava mais acordada e conectada do que antes. Sentia meu corpo todo aquecido. Comecei a sentir uma vontade súbita de me auto-massagear, em um gesto de amor para finalizar o ciclo.

Ainda de olhos fechados, comecei massageando meus ombros e meus braços. Comecei a descer, massageando meus seios, bem de leve, por cima da blusa mesmo. Porém, aquilo que se iniciou como uma simples auto-massagem inocente, estava começando a ganhar outros tons, me provocando um certo tesão.


Intuitivamente, nessa experiência sensorial de privação da visão, tirei toda a minha roupa e continuei deitada no tapete, passando a mão por toda extensão da minha pele. Eu não me preocupava de buscar levar as mãos precipitadamente à minha buceta, eu só sentia cada toque, cada arrepio e aproveitava todas as sensações deliciosas que meu corpo era capaz de me dar.

Quando finalmente cheguei lá, eu já estava tão molhada e sensibilizada, que cada toque era um deleite. Fazia movimentos circulares no clitóris com um dos dedos da mão direita, enquanto que, ao mesmo tempo, inseria dois dedos unidos, da mão esquerda, dentro de mim. Aquela situação me causava um prazer enorme e quase me fazia gozar. Porém, de alguma forma, eu ansiava por mais intensidade.

Abri a gaveta e peguei meu vibrador favorito. Voltei para mesma posição, deitada nua e de olhos fechados no tapete, e comecei a me estimular com ele. A maneira como ele vibrava na minha buceta fazia meu corpo se acender em brasas ainda mais. Quando o orgasmo chegou, senti que ele era tão profundo, que preenchia meu corpo todo. Eu estava viva, eu estava plena, e gargalhava após o gozo. No fundo, eu sabia que nem os estresses eram capazes de apagar essa minha potência.
Depois de pegar a última sessão de filme, decidimos pedir um Uber, para terminar a noite em outro destino. Dentro do carro tudo parecia normal. Ao longo do trajeto todo, conversávamos sobre os desdobramentos que cada um tinha dado a história assistida, hipóteses e outras coisas relacionadas a isso.

Rafael, que era tão contido no quotidiano comum, ao descer do carro e fazer check-in no motel comigo, parecia até que aos poucos se transformava em outra pessoa. Subíamos as escadas, com as chaves na mão, procurando o nosso quarto, e, logo ali, ele já começava a apertar a minha bunda provocativamente, sem parecer se importar se alguém nos veria.

Dentro daquele quarto espelhado e com luzes quase neons, Rafael parecia se tornar mais ativo, mais motivado. Me colou contra a parede e não sabia se me beijava com vontade ou se tirava as minhas roupas. A ânsia e a sede parecia consumi-lo. E o único jeito de apaziguar era que ele bebesse das minhas águas mais profundas.

Sem roupas e sem cerimônias entre a gente, fomos para cama e nos embolamos naqueles lençóis brancos, perfeitamente esticados. Naquele momento era como se nada mais importasse. O ambiente anônimo e totalmente sexual, que a atmosfera do motel criava, fazia com que nos tornássemos mais desinibidos e talvez até mais selvagens. Os desejos da carne falavam mais alto, fazendo com que a gente buscasse com as mãos, com as bocas e com as peles preencher todos os espaços possíveis um do outro. A gente se desejava com tanta intensidade, que aquilo bastava.

Quando Rafael deitou de barriga para cima, eu, sem nenhuma hesitação, sentei em cima dele, fazendo com que nossos quadris se encaixassem perfeitamente e seu pau começasse a entrar em mim. Ele se entregava para todo o prazer que estava sentindo, apertando minha bunda e empurrando-a em um movimento para frente e para trás. Eu me inclinava para frente, para sentir ainda mais as sensações que ele me provocava, roçando meu corpo contra o dele.

Extasiados, ora fechávamos os olhos, para nos entregarmos ainda mais, ora abríamos, para desfrutarmos das expressões de prazer um do outro. Olhando para cima, eu via no espelho nossos corpos se conectando em uma dança erótica e selvagem. Eu via a forma como meu corpo carnudo cobria uma parte do corpo dele, e me sentia extremamente poderosa. Quando olhei para trás, vislumbrei uma das cenas mais excitantes que já presenciei pessoalmente. Eu assistia a maneira como nos movíamos, fazendo com que eu pudesse ver a forma como ele entrava em mim, a maneira como minha bunda se empinava para cima e para baixo, e tudo aquilo provocava em mim uma sensação de prazer ainda mais lascivo e caloroso.

Quando me virei para olhar o rosto dele novamente, seus olhos estavam fechados e ele parecia estar imerso em um êxtase tão grande que sussurrava quase sem fôlego “eu vou gozar”. Colei ainda mais meu corpo no dele, pois eu estava perto do meu orgasmo também. Alguns segundos depois que ele tinha gozado, gozei também, sentindo uma força orgástica eletrizante percorrendo meu corpo. Eu sentia minha buceta pulsando com ele dentro de mim.

Sem abrir os olhos, saí de cima dele e caí deitada em seu peito nu, aninhando meu corpo ainda quente contra o dele.
Se aproprie, mulher, do seu corpo, da sua própria carne.
Se aproprie de tudo aquilo que te disseram que você não podia fazer.
Escreva para mim:
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